quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

 
Fiquei à tua espera...      Fiquei com a convicção de que me trarias um abraço, mas apenas me restou a inquietude que sinto quando não te falo.
A verdade é que não te tenho procurado muito, o tempo é frenético e não perdoa.
Na maior parte das vezes não me lembro de ti sequer...
Custa-me parar! A paragem obriga-me a pensar e o pensamento nem sempre é bem vindo...
É preciso ter coragem para abrir os braços e aceitar que o pensamento nada mais é do que uma autoreflexão que nos obriga a redefinir atitudes...
Eu já não sou a mesma!
O verdadeiro problema é que a minha alma ou o que ainda resta dela sente-se inquieta...
Ando à procura de quem me levou e não me avisou... De quem passou e nem bateu à porta para se despedir.
Procuro quem me deixou sentir que o que eu era já não sou e que essa mudança é como um mal necessário que veio para ficar.
Trouxeram-me um novo corpo, uma nova roupagem, uma nova alma, uma nova vida e umas vestes novas...
E eu não sei...
Sinto-me apertada nelas... Tem dias mesmo em que sinto que não me servem e o desconforto dá lugar à frustração.
Está a levar mais tempo do que eu imaginava a adaptar-me e a sentir-me confortável com elas colocadas... 
Eu não encontro a minha alma!
Já não sei qual é a minha zona de conforto e a única coisa que me resta é a certeza de que não é mais a mesma de outrora...
O outrora continua intacto, mas apenas como uma recordação bem presente na minha memória... 
Os pontos de viragem são assim... um espaço de tempo reduzido em que nos levam a casa e o recheio e nos deixam com a certeza de que nada é concretizável sem um pouco de iniciativa...